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Auroville, a cidade que valoriza o silêncio como herança cultural

Auroville, a cidade que tem o silêncio como patrimônio cultural

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O Silêncio como Patrimônio Cultural em Auroville, Índia

Auroville, uma cidade no sul da Índia, conhecida por seu silêncio sagrado.
Foto: Mani Karthik / Pexels

No sul da Índia, nas proximidades de Pondicherry, uma cidade historicamente marcada pela presença de colonos franceses na década de 1950, existe um lugar onde o silêncio é celebrado como um aspecto sagrado. Trata-se de Auroville, uma comunidade internacional estabelecida em 1968, onde esta experiência de silêncio foi entronizada como patrimônio cultural e espiritual. Mais que mera ausência de sons, o silêncio ali é um sinal de consciência, respeito e uma conexão profunda com o meio ambiente e com os indivíduos.

Criação com o apoio da UNESCO e do governo da Índia, Auroville surgiu como uma cidade universal onde indivíduos de diferentes origens podem coexistir em harmonia, livre de divisões religiosas, políticas ou de propriedade privada. Nesse contexto, o silêncio tornou-se um dos alicerces de convivência essencial. Ele é visto não apenas como um meio de autoconhecimento, mas também como prática diária de presença e escuta. Além disso, representa uma política cultural e urbana que se faz sentir em todas as esferas da vida na comunidade, desde as escolas e cafés até centros culturais e espaços públicos.

Matrimandir, o centro espiritual de Auroville, conhecido por seu silêncio profundo.
Detalhe do Templo Matrimandir. Foto: Ambareesh Sridhar Photography / Pexels

O Matrimandir, centro espiritual de Auroville, exemplifica de forma emblemática essa filosofia. Reconhecido como um dos locais mais tranquilos do planeta, é um ambiente designado para meditaçã profundo e introspecção. Nesse espaço, o silêncio não é uma imposição, mas uma experiência vivenciada como a maior forma de comunhão.

A relevância do silêncio em Auroville foi formalizada através de regulamentos internos do Conselho da cidade, diretrizes comunitárias e sinalizações que alertam sobre áreas de quietude — respeitadas inclusive por visitantes. A arquitetura local também foi concebida para diminuir ruídos, ecos e poluição sonora.

Notavelmente, Auroville opera sem prefeitos ou partidos políticos. As decisões são feitas por consenso entre os moradores, que representam atualmente mais de 50 nacionalidades distintas. O uso de automóveis é desencorajado, enquanto o transporte por bicicletas e deslocamentos a pé é preferido. Nos eventos culturais, momentos de silêncio compartilhado marcam o início, reforçando a ideia de que menos ruído pode aumentar a qualidade da presença.

Esse ambiente em Auroville é um exemplo potente e raro de como o silêncio pode ser incorporado no cotidiano urbano, tornando-se uma valência social, espiritual e ecológica. Viver em comunidade ali é aprender a aquietar-se para ouvir, respeitar para coexistir e desacelerar para estar realmente presente.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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