Bianca Duarte Franco: A Trajetória Criminosa da “Fielzinha do 41” até sua Prisão em Cabo Frio
Bianca Duarte Franco, de 24 anos, tornou-se conhecida nacionalmente após aparecer em vídeos ostentando armamentos pesados em bailes funks no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Apelidada de “Fielzinha do 41” e “Anya”, ela iniciou sua carreira criminosa ainda jovem no estado do Pará, subindo rapidamente na hierarquia do Comando Vermelho (CV), uma das mais influentes facções criminosas do país.
Estratégia Criminosa e Recrutamento
No Pará, Bianca desempenhava um papel estratégico, atuando como recrutadora de novos membros para o Comando Vermelho. Comparável a uma chefe de recursos humanos, ela organizava o ingresso de novos integrantes, fazia triagens e facilitava a comunicação entre os soldados do tráfico e os líderes encarcerados. As autoridades locais a identificaram como uma das principais responsáveis pela expansão do CV nas áreas metropolitanas de Belém e Ananindeua.
Apesar de integrar uma lista de procurados pela Justiça do Pará com um mandado de prisão por tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, Bianca não se escondia. Em suas redes sociais, ela fazia declarações desafiadoras, como “o mundo é dos espertos”, e afirmava que sua mãe estava ciente de suas atividades ilícitas.
Coordenação de Tráfico e Estilo de Vida
Além de recrutar novos membros, Bianca também gerenciava pontos de venda de entorpecentes e repassava ordens diretamente dos chefes do CV que estavam presos. Seu trânsito entre o Pará e o Rio de Janeiro era frequente. Ela era conhecida por seu estilo de vida luxuoso e constante presença em comunidades dominadas pela facção criminosa, sempre cercada por armamentos de grande calibre.
Seu apelido “Fielzinha do 41” surgiu de sua relação próxima com criminosos associados à antiga liderança do Complexo do 41, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Sua imagem dentro dos bastidores do crime era de alguém temido e respeitado, atributos que a consolidaram como uma figura influente dentro do Comando Vermelho.
Prisão e Operação Parabellum
A exposição de Bianca em redes sociais foi um fator crucial que contribuiu para sua localização pelas autoridades. Ela foi detida durante a Operação Parabellum enquanto estava em uma padaria em Cabo Frio, acompanhada de duas comparsas: Layane Tharlita Santos Santana, conhecida como “mula” do tráfico, e Kalita Eduarda Ataíde, responsável pelo comércio de drogas em comunidades locais. A ação foi uma colaboração entre a Polícia Civil do Pará e a 64ª DP (São João de Meriti), além de outras forças estaduais.
As autoridades destacaram que essa operação evidencia uma crescente migração de criminosos para o Rio de Janeiro, especialmente para a Região dos Lagos, que tem se tornado um refúgio estratégico e uma rota para o tráfico de drogas em nível interestadual.
Impacto Social e Econômico
Além das atividades relacionadas ao tráfico de drogas, as ações do Comando Vermelho têm gerado uma série de problemas sociais e econômicos. A facção busca, além do domínio do tráfico, a extorsão de comerciantes, impondo taxas elevadas para que possam realizar suas atividades. Esse tipo de extorsão já é um desafio enfrentado há algum tempo tanto no Pará quanto no Rio de Janeiro, afetando diretamente o desenvolvimento econômico das regiões envolvidas.
A prisão de Bianca Duarte Franco destaca a importância de investigações conjuntas e do compartilhamento de informações entre diferentes forças de segurança para combater o crime organizado e seus impactos nocivos à sociedade.