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Construindo em terrenos estreitos: desafios e soluções criativas
Projetar uma residência em um espaço reduzido é um desafio que exige inovação e habilidade técnica para otimizar o uso do espaço sem abrir mão do conforto e da funcionalidade. Em cidades grandes, como São Paulo, essa tarefa se torna cada vez mais comum. O arquiteto Paulo Tripoloni, responsável por seu próprio atelier, destaca que a demanda por casas em terrenos estreitos é crescente nas áreas urbanas.
“Nosso objetivo é contornar as limitações físicas do terreno e desenvolver uma planta que atenda às expectativas dos clientes, sempre respeitando critérios essenciais que garantem um lar acolhedor, arejado e bem iluminado,” explica.
Importância da luz natural e ventilação
A luz natural é uma das principais preocupações ao projetar uma casa em um terreno com metragens limitadas. O profissional salienta que, para garantir uma boa iluminação, elementos arquitetônicos como claraboias e aberturas para ventilação são fundamentais. Esses recursos são essenciais para assegurar a luminosidade desejada nos ambientes internos.
Segundo Tripoloni, organizar os ambientes de maior uso na parte frontal da casa, e os espaços dos fundos, onde há opções para mais aberturas, é uma estratégia eficiente para garantir a entrada de luz natural, algo que é crucial. Além disso, ele enfatiza a relevância das aberturas zenitais para iluminar áreas centrais que, se não projetadas adequadamente, poderiam permanecer escuras.
A ventilação cruzada também é um fator extremamente importante para garantir a qualidade do ar e o conforto térmico em terrenos reduzidos. O arquiteto destaca que o local de posicionamento das janelas é determinante. “Analisar as direções dos ventos predominantes e instalar janelas controláveis em diferentes níveis gera um efeito ‘chaminé’ que propicia o fluxo de ar,” explica.
Integração dos ambientes
Outros aspectos que precisam de atenção são a circulação interna e a integração dos espaços. Em plantas compactas, é essencial que haja fluidez entre os cômodos para evitar a sensação de aperto. Assim, a conexão entre os ambientes deve ser bem planejada.
Tripoloni menciona também a escada, que, muitas vezes, é vista como um elemento que divide os espaços. “Ela deve ser planejada com cuidado, para que funcione como um verdadeiro elo, aproveitando o pé-direito duplo e a iluminação natural que penetra no espaço,” sugere. O arquiteto ainda revela que o design em ‘L’ pode ser problemático se não for bem posicionado, prejudicando a circulação.
Escolha de materiais e áreas externas
A seleção dos materiais e o design são fatores que também merecem destaque em projetos de casas em terrenos estreitos. O arquiteto sugere soluções que ampliam a percepção do espaço, como o uso de pisos contínuos e cores neutras. “Prefiro utilizar materiais como o cimento queimado e o epóxi, além de tetos com iluminação embutida que criam uma sensação de amplitude,” acrescenta.
Aproveitar ao máximo áreas externas, como jardins ou pátios, em terrenos estreitos é também uma tarefa desafiadora, especialmente porque a privacidade pode ser comprometida pela proximidade com vizinhos. “O paisagismo é fundamental para resolver essa questão. Através da vegetação, conseguimos garantir a intimidade dos moradores, sem abrir mão da conexão com o espaço externo,” afirma o arquiteto, que também sugere a eliminação de desníveis para melhorar a integração entre interior e exterior.
Considerações sobre garagem e legislação
No que tange à garagem, muitas vezes considerada um desafio adicional, Tripoloni sugere a possibilidade de execução subterrânea, embora reconheça que isso pode acarretar custos elevados. O importante é avaliar o tipo de veículo que será acomodado, juntamente com as reais necessidades dos moradores para otimizar o uso do espaço sem interferir no restante da residência.
Finalmente, a adequação do projeto às legislações municipais é um aspecto crucial, com foco nos recuos laterais que favorecem tanto a circulação quanto a privacidade e integridade das construções vizinhas. O arquiteto observa que essas exigências variam conforme o zoneamento urbano da localidade, sendo algo a ser analisado durante o planejamento do projeto.
Com informações adicionais do portal Casa.com.br.
Para mais detalhes, acesse CicloVivo.
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