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Uma nova iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância da conservação da saíra-apunhalada (Nemosia rourei) e do ecossistema da Mata Atlântica ao qual está vinculada. Denominada “Somos Todos Saíra-apunhalada”, a campanha é resultado de uma colaboração entre diversas instituições participantes do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica, conhecido como PAN Aves da Mata Atlântica.
A campanha foi lançada durante as celebrações do Dia da Ave, celebrado em 5 de outubro, um momento oportuno para apresentar ao público essa ave rara e que apenas ocorre nesse bioma.
“A saíra-apunhalada é nativa das florestas do Espírito Santo e foi tida como extinta por um longo período até sua redescoberta na década de 90. Desde então, diversas entidades têm desenvolvido pesquisas e promovido ações de envolvimento da comunidade nas áreas onde a espécie é encontrada”, comenta Eduardo Araújo Barbosa, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) e coordenador do PAN Aves da Mata Atlântica.
Quando a saíra-apunhalada foi redescoberta, apenas cinco indivíduos eram conhecidos. Atualmente, a população se recuperou e chega a 20 indivíduos: 15 observados na Mata de Caetés, onde se encontra a Reserva Kaetés, e cinco em Santa Teresa, dentro da Reserva Biológica Augusto Ruschi. Desde a implementação do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada (PCSA) em 2020, houve um crescimento de 100% na população da espécie.
“Compreender as peculiaridades da espécie e sua precariedade ajuda as pessoas a se conectarem emocionalmente com a causa, elemento essencial para estimular a conservação e incentivar ações que protejam o seu habitat natural, a Mata Atlântica”, ressalta Gabriela Possato, supervisora pedagógica da área de Educação para Conservação do Parque das Aves.
Saíra-apunhalada
A saíra-apunhalada é uma ave pequena e endêmica da Mata Atlântica, sendo uma das mais ameaçadas globalmente, com sua condição classificada como Criticamente em Perigo (CR) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Atualmente, apenas 20 indivíduos são identificados, sendo que todos estão restritos à região montanhosa do Estado do Espírito Santo, nos municípios de Castelo, Vargem Alta e Santa Teresa.
Dada a crítica situação da espécie e a limitação de seu habitat, urgentemente se requer um esforço colaborativo significativo para implementar atividades que possam evitar a extinção da saíra-apunhalada. Desde 2020, o Instituto Marcos Daniel (IMD) tem implementado o PCSA, que inclui ações de pesquisa, monitoramento e engajamento comunitário para garantir a conservação tanto da ave quanto do seu habitat.
Em 2021, um grupo de especialistas em conservação se reuniu para desenvolver o Plano de Ação e Estratégias de Manejo Integrado para a Conservação da Saíra-apunhalada. Este documento coletivo definiu seis objetivos estratégicos e metas específicas que vão desde monitoramento até estratégias de comunicação. Desde a sua criação, todas as iniciativas do programa são pautadas por este plano, enfatizando a relevância de se articular com o PAN Aves da Mata Atlântica para uma conservação efetiva da espécie. O aumento da população da saíra-apunhalada é um dos resultados positivos dessas ações colaborativas”, afirma Eduardo.
A campanha
A Campanha “Somos Todos Saíra-apunhalada” foi construída de forma colaborativa e inclui ações digitais coordenadas nas redes sociais das instituições parceiras. Além disso, ações presenciais estão sendo planejadas para envolver a comunidade nas regiões onde as entidades atuam.
“Nosso objetivo é ampliar a mensagem da conservação, reforçando nosso compromisso em adotar todas as medidas possíveis para proteger a saíra-apunhalada. A colaboração entre diferentes instituições e o engajamento da sociedade são essenciais para provocar uma mudança real e duradoura”, acrescenta Valdivia Rocha, mobilizadora social do PCSA.
A campanha é o produto da colaboração entre várias entidades, incluindo instituições públicas, privadas e ONGs focadas na conservação de aves no Brasil, como o CEMAVE, ICMBio, Parque das Aves, AZAB, INMA, CSE Brasil, Reserva Águia Branca, SAVE Brasil, WikiAves e o Instituto Marcos Daniel, que cuida da Reserva Kaetés e é responsável pela implementação do PCSA.
“Não teríamos obtido resultados efetivos sem a ampla participação dos parceiros institucionais e, especialmente, da comunidade local, que está se tornando cada vez mais engajada e reconhecendo a importância da conservação da saíra-apunhalada e da Mata Atlântica para melhorar a qualidade de vida, especialmente em um cenário de mudanças climáticas”, observa Marcelo Renan de Deus Santos, coordenador do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada.
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