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Nova Era dos Painéis Solares Sustentáveis
A crescente busca por fontes de energia mais limpas e economicamente viáveis levou a um aumento significativo na demanda por painéis solares, tanto no Brasil quanto no cenário global. No entanto, todos os produtos fabricados pela humanidade têm um ciclo de vida, e no final deste ciclo, os painéis solares tornam-se resíduos, exigindo uma solução ambientalmente responsável para seu descarte.
Uma alternativa inovadora para enfrentar esse desafio são os protótipos criados pelo Centro Fraunhofer de Silício Fotovoltaico CSP, situado em Halle, na Alemanha. Nesses módulos, todos os componentes que não desempenham papel direto na conversão de luz solar em eletricidade são compostos por matérias-primas que são biodegradáveis, recicláveis ou renováveis.
Denominado “E2 – E-Quadrat” . Energias renováveis a partir de matérias-primas renováveis, o projeto desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Fraunhofer recebeu apoio de diversos parceiros e do financiamento do Ministério de Assuntos Econômicos e Proteção Climática da Alemanha. Essa iniciativa visa garantir um ciclo de vida mais sustentável para os equipamentos solares, que estão se tornando cada vez mais comuns no cotidiano.
Desde a extração das matérias-primas, passando pelo processo de fabricação, uso e descarte, existem várias oportunidades para melhorar o impacto ambiental dos módulos fotovoltaicos. Atualmente, a maioria dos equipamentos é composta por vidro, polímeros, metais e células solares de silício. A mineração de silício, por sua vez, é uma das atividades mais prejudiciais ao meio ambiente. Além desse efeito inicial, a reciclagem dos materiais ao término de sua vida útil, que normalmente é de cerca de 25 anos, permanece muito limitada. Frequentemente, os componentes dos módulos são incinerados ou reciclados de forma inadequada, resultando em produtos de qualidade inferior.
Assim, incorporar materiais que podem ser reintegrados à cadeia produtiva pode tornar a indústria de energia solar ainda mais sustentável.
Biomódulos: A Revolução na Energia Solar
Graças ao projeto alemão, agora é possível desenvolver e testar materiais que não apenas apresentam alta durabilidade sob várias condições climáticas, mas que também são totalmente recicláveis. O módulo solar de 380 W, conhecido como biomódulo, é um dos primeiros resultados práticos desse avanço, apresentando quatro características benéficas em comparação com produtos similares disponíveis no mercado atualmente.
A estrutura do biomódulo possui uma alta proporção de madeira, que pode ser completamente reciclada ao término da vida útil do módulo, sendo reutilizada na fabricação de novas unidades.
As conexões das células solares são realizadas com um adesivo eletricamente condutor, que contém partículas de prata, em vez da tradicional solda de chumbo. Apenas de 3 a 4% dos módulos atualmente disponíveis no mercado utilizam um adesivo sem chumbo, tornando essa uma inovação significativa.
A contracapa do módulo é feita com um filme que contém 30% de PET reciclado, contribuindo para a diminuição do desperdício plástico.
A camada plástica transparente utilizada para encapsular as células solares é composta por 60% de etileno derivado da cana-de-açúcar, contrastando com o EVA usado na maioria dos módulos solares, que é originado de matérias-primas fósseis, apresentando desafios para sua reciclagem ou descarte.
Os componentes do biomódulo foram submetidos a uma série de testes, incluindo envelhecimento acelerado, variações de temperatura e umidade. Os resultados obtidos evidenciam que cada componente atende aos padrões atuais estabelecidos para módulos solares, abrindo caminho para a melhora da pegada de carbono no futuro, através do uso de matérias-primas renováveis e da reciclagem de matérias comprometidas, como as células de silício, que demandam grande quantidade de energia para processamento.
Para mais informações, acesse www.csp.fraunhofer.de.
Fonte: Guia Região dos Lagos
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