Instituto Albatroz resgata aves marinhas e realiza soltura em praia de Araruama
O Instituto Albatroz iniciou o mês de agosto com uma ação importante para a conservação da fauna marinha. A instituição realizou a soltura de três aves reabilitadas: dois petréis-gigantes-do-Sul (Macronectes giganteus) e uma gaivota (Larus dominicanus), mais conhecida como gaivotão. Esse evento emocionante ocorreu na praia da Pernambuca, em Araruama, onde está localizado o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz.
As aves resgatadas são consideradas pouco comuns na Região dos Lagos, sendo observadas principalmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Os dois petréis foram resgatados em Saquarema e Arraial do Cabo e se destacam pelos exóticos tubos nasais, que são fundamentais para garantir a eficiência olfativa enquanto procuram alimentos nas extensas áreas oceânicas. Após quase um mês em reabilitação no CRD, os petréis foram reintegrados à natureza no dia 2 de agosto.
Já a gaivota passou quase dois meses em tratamento, entre junho e agosto. Quando chegou ao instituto, a gaivota apresentava uma notável assimetria no posicionamento das asas e dificuldade para voar. No entanto, após um tratamento intensivo, que incluiu sessões de laserterapia, fisioterapia e suplementação específica para fortalecimento, a ave demonstrou uma recuperação impressionante. Durante a soltura, a gaivota alçou um voo gracioso, evidenciando o sucesso do tratamento recebido.
Os petréis-gigantes-do-Sul são aves marinhas migratórias que pertencem à ordem Procellariformes, mesma ordem dos albatrozes. Essas aves passam a maior parte da vida no oceano aberto em busca de alimento e visitam costas ou ilhas apenas para reprodução e cuidar dos filhotes. Os petréis se diferenciam dos albatrozes pelo posicionamento dos tubos nasais, que são mais visíveis e se encontram na parte superior do bico. A eficiência olfativa é essencial para que essas aves encontrem alimentos em grandes extensões oceânicas.
Os petréis-gigantes-do-Sul em reabilitação no CRD do Instituto Albatroz são conhecidos por seu tamanho impressionante, podendo ultrapassar 2 metros de envergadura de asas. Além disso, eles possuem adaptações ecológicas que lhes permitem sobreviver em condições extremas no hemisfério sul. São aves competitivas, disputando ferozmente as carcaças e os descartes de pesca durante a alimentação. Embora não estejam ameaçados de extinção atualmente, enfrentam desafios como a interação com espécies exóticas, poluição marinha, captura incidental na pesca e as mudanças climáticas.
O Instituto Albatroz realiza o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras na Região dos Lagos, que abrange as cidades de Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio. Esse projeto é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A equipe do instituto monitora diariamente 25 praias ao longo de 54 quilômetros de litoral, utilizando tanto deslocamento a pé quanto quadriciclos.
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atua desde 2003 na conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O instituto é responsável pelo Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental. O projeto conta com bases em Cabo Frio, Santos, Itajaí, Florianópolis e Rio Grande, e tem como objetivo promover a pesca responsável e a conservação das aves marinhas.
A soltura das aves reabilitadas pelo Instituto Albatroz em Araruama é uma notícia positiva para a fauna marinha e para a conservação da biodiversidade. Essas ações mostram a importância do trabalho realizado pelo instituto na recuperação e proteção das aves marinhas, além de conscientizar a população sobre os desafios enfrentados por essas espécies.