Rugby promove encontro entre indígenas brasileiros e a Paris Rugby World Cup

rugby brasil indígenas yaras

Rugby promove visibilidade e homenageia povos indígenas do Brasil

Nos Jogos Olímpicos de 2024, a seleção feminina de rugby do Brasil, conhecida como Yaras, terá uma representante de peso como porta-bandeira. Raquel Kochhann, que superou um tratamento contra o câncer de quase 2 anos, mostrará toda a força e determinação do esporte ao carregar a bandeira do país na cerimônia de abertura, em Paris.

Raquel, camisa 10 da seleção brasileira de rugby sevens, expressou sua emoção ao falar sobre a oportunidade de representar o Brasil: “Essa sensação de levar a bandeira para o mundo inteiro ver em uma Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. Trabalhamos muito no Brasil para que o rugby cresça e ganhe seu espaço.”

Embora o rugby ainda seja pouco conhecido no país, ele tem uma história similar ao futebol, sendo introduzido no Brasil pelo britânico Charles Miller. No entanto, o esporte não teve a mesma popularidade e número de praticantes que o futebol. Mesmo assim, o rugby conquistou alguns admiradores que se destacam pela paixão pelo jogo.

Diferente de outros países, o Brasil nomeia suas seleções nacionais com referências à cultura, história, natureza ou símbolos nacionais. No caso do rugby, as seleções masculina e feminina utilizam os nomes Tupis e Yaras, respectivamente, em homenagem aos povos indígenas do país.

A escolha de trazer os povos indígenas para o rugby partiu dos próprios jogadores e jogadoras, que votaram para adotar a identificação em 2012. Desde então, as Yaras têm se destacado nas competições internacionais, sendo campeãs sul-americanas invictas nos últimos 21 campeonatos.

Além da representatividade indígena, a seleção feminina de rugby também tem alcançado resultados expressivos. Elas se classificaram para os Jogos Olímpicos desde que o rugby voltou ao programa olímpico, em 2016, e conquistaram uma vaga inédita na Copa do Mundo de Rugby XV.

Raquel Kochhann é considerada uma inspiração para o rugby, representando os valores do esporte como disciplina, respeito, integridade, paixão e solidariedade. A CEO da Confederação Brasileira de Rugby, Mariana Miné, ressalta a importância da atleta: “Durante a recuperação, a Raquel sempre se apoiou nestes valores, mostrando ser uma representante genuína da modalidade.”

Além da força das jogadoras em campo, as Yaras também chamam atenção pelo seu novo uniforme, que representa o Brasil de diversas maneiras. Com grafismos inspirados na arte indígena e na biodiversidade brasileira, as Yaras entram em campo no domingo, dia 28 de julho, em Paris.

O design das camisas foi apresentado no Museu da Culturas Indígenas, em São Paulo, e conta com detalhes geométricos inspirados em animais brasileiros, como o boto, a jiboia, o mico-leão e o lobo-guará. O grafismo indígena presente nos uniformes é considerado parte da espiritualidade indígena e foi escolhido para proteger as jogadoras.

No evento de apresentação das camisas, lideranças indígenas estiveram presentes para celebrar a conexão entre o rugby e os povos indígenas. Juma Xipaia, secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, destacou a importância das Yaras: “As meninas poderem trazer o nome Yara, o grafismo indígena de diferentes povos, isso mostra a coragem delas de trazer no peito o orgulho de ser indígena, de carregar no peito a diversidade de povos que existe no Brasil.”

Com a força das Yaras e a representatividade indígena, o rugby brasileiro continua crescendo e se destacando no cenário internacional. As jogadoras são um exemplo de determinação e superação, levando o nome do Brasil para o mundo e celebrando a cultura e a ancestralidade indígena presentes no país.

Fonte: Guia Região dos Lagos

Ajude-nos e avalie esta notícia.

Use os botões abaixo para compartilhar este conteúdo:

Facebook
Twitter
Telegram
WhatsApp
[wilcity_before_footer_shortcode]