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A crescente popularidade da alimentação vegana no Brasil
Nos últimos anos, a alimentação vegana tem se tornado cada vez mais relevante, atraindo a atenção pela sua contribuição à saúde, à sustentabilidade ambiental e ao bem-estar animal. A opção por excluir totalmente produtos de origem animal está se tornando uma realidade para um número crescente de brasileiros, sendo que 7% da população afirma ser vegana, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
O levantamento, publicado em março de 2025, foi conduzido entre os dias 9 e 11 de dezembro de 2024, apresentando um retrato dos hábitos alimentares contemporâneos da sociedade brasileira. Uma pesquisa anterior, realizada em 2018, indicou que 14% da população se identificava como vegetariana, um dado que ressalta o crescimento do interesse em dietas sem carne.
A dieta vegetariana, que exclui apenas a carne, ainda permite o consumo de outros produtos de origem animal como ovos, leite e seus derivados. Por outro lado, a alimentação vegana é composta unicamente por alimentos de origem vegetal, incluindo frutas, legumes, verduras, grãos, sementes, leguminosas, nozes, cereais e laticínios vegetais. Ambas as dietas podem ser nutricionalmente adequadas e equilibradas, desde que sejam bem planejadas para assegurar o consumo necessário de todos os nutrientes essenciais, observação que se aplica a qualquer tipo de regime alimentar.
O crescimento do veganismo no cenário global
O movimento do veganismo apresenta uma trajetória de crescimento não apenas no Brasil, mas também em várias partes do mundo. De acordo com dados de 2019, a quantidade de veganos nos Estados Unidos triplicou entre 2004 e 2019. Além disso, em janeiro de 2024, cerca de 1,8 milhão de pessoas globalmente aderiram a um estilo de vida vegano por meio da campanha Veganuary. Na Europa, 3,4% da população se considera vegana, e no Canadá, essa taxa chega a 10% entre os adultos. A Índia também se destaca, com 11% da sua população adotando o veganismo. Esses números refletem uma tendência global de crescente aceitação e adesão ao veganismo, alinhando-se com os resultados observados no Brasil.
Segundo a pesquisa realizada pelo Datafolha, 22% dos entrevistados relataram já ter considerado a possibilidade de parar de consumir carne em algum momento. Um dado ainda mais significativo revela que 74% da população está aberta, em algum nível, a parar de consumir carne por questões de saúde. Outros fatores que influenciam essa decisão incluem preocupações com o meio ambiente, que foram mencionadas por 43% dos participantes, e a causa animal, indicada por 42% deles.
Um estudo revelador realizado em 2016 pela Universidade de Oxford sugeriu que, se a população mundial adotasse uma dieta vegana, isso poderia prevenir até 31 trilhões de dólares em gastos com saúde pública e salvar oito milhões de vidas até 2020. Embora esses números sejam baseados em cenários hipotéticos, existe um consenso entre especialistas de que dietas ricas em carnes processadas e com baixa ingestão de frutas e vegetais estão associadas a riscos elevados para várias doenças.
De acordo com a Vegan Society, o veganismo é um movimento que busca, na medida do possível e viável, excluir todas as formas de exploração e crueldade contra os animais, abrangendo áreas como alimentação, vestuário e outras práticas de consumo.
Para Mônica Buava, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, a pesquisa evidencia uma crescente conscientização sobre o impacto da alimentação na saúde, no meio ambiente e no respeito aos animais. “É encorajador ver que 74% dos brasileiros demonstram interesse em reduzir ou eliminar o consumo de carne”, comentou.
A pesquisa abrangeu todo o território nacional, com um total de 2.006 entrevistas realizadas entre pessoas com 16 anos ou mais, abrangendo diferentes regiões do Brasil. A maioria dos entrevistados (53%) era do sexo feminino, e 61% se autodeclararam pretos ou pardos.
A informação divulgada revela que 7% dos brasileiros se consideram veganos, conforme aponta a pesquisa do Datafolha.
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