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2024 atinge máximos históricos em devastação florestal por incêndios no mundo

Fogo Pantanal

Incêndios Florestais Aumentam em 2024, Rompendo Recordes de Desmatamento Global

O ano de 2024 foi marcado por um aumento significativo nos incêndios florestais e na consequente perda de florestas primárias ao redor do mundo. Dados do Laboratório GLAD da Universidade de Maryland, disponíveis na plataforma Global Forest Watch, mostram que 66% da cobertura florestal perdida no Brasil foi atribuída a incêndios. Globalmente, a destruição das florestas tropicais primárias atingiu 6,7 milhões de hectares, um recorde preocupante.

O estudo, publicado recentemente, aponta que os incêndios ultrapassaram a agropecuária como a principal causa de destruição das florestas tropicais primárias, responsáveis por quase metade das perdas. Até o momento, os incêndios representavam cerca de 20% das causas de destruição. Além dos trópicos, incêndios ocorreram em florestas boreais no Canadá e na Rússia.

Impacto dos Incêndios no Brasil

A seca severa registrada no Brasil, a pior em sete décadas, contribuiu para intensificar os incêndios florestais. A Amazônia enfrentou uma perda significativa de cobertura arbórea, a maior desde 2016, enquanto o Pantanal teve a maior percentagem de perda de vegetação do país. Em 2024, o Brasil foi responsável por 42% da perda global de florestas tropicais, totalizando 2,8 milhões de hectares de floresta primária destruída, dos quais 1,8 milhão de hectares foram devastados por incêndios.

Mariana Oliveira, do WRI Brasil, destacou a necessidade de investimentos constantes na prevenção de incêndios, fiscalização rigorosa e uso sustentável da terra para evitar que conquistas ambientais sejam desfeitas. Incêndios florestais no Brasil resultaram em um aumento de 30% nas perdas ligadas à soja e ao pastoreio de gado.

Consequências Ambientais e Climáticas dos Incêndios

Os incêndios de 2024 emitiram 4,1 gigatoneladas de gases de efeito estufa, exacerbando as emissões mundiais. A situação afeta a qualidade do ar, o abastecimento de água e impõe riscos às comunidades locais. Elizabeth Goldman, do Global Forest Watch, enfatizou a necessidade urgente de ação para proteger as florestas, fundamentais para a sobrevivência das comunidades e economias.

Os incêndios em florestas tropicais, muitas vezes atribuídos a atividades humanas como a expansão agrícola e extração ilegal de madeira, foram agravados por condições climáticas extremas e o fenômeno climático El Niño. A combinação de calor extremo e secas prolongadas impulsionou a devastação florestal de maneira significativa.

Perda de Florestas em Outros Países

Na Bolívia, a perda florestal aumentou 200% em 2024, com megaincêndios frequentemente iniciados para expansão agrícola. Na Colômbia, questões como mineração ilegal e cultivos ilícitos aumentaram a perda de florestas primárias. Apesar de uma redução recorde em 2023, a perda florestal aumentou novamente em 2024.

A República Democrática do Congo e a República do Congo também enfrentaram altos níveis de desmatamento, com incêndios contribuindo para 45% dessa perda. O Dr. Matt Hansen, da Universidade de Maryland, alertou para as dificuldades em manter florestas intactas diante do aquecimento global.

Exemplos de Recuperação na Indonésia e Malásia

Indonésia e Malásia mostraram progresso na redução da perda de florestas primárias devido a políticas rigorosas de controle de queimadas e restauração de terras devastadas. Com uma queda de 13% na perda florestal, a Malásia saiu da lista dos dez países mais desmatadores.

Na Indonésia, o compromisso com a gestão de terras degradadas resultou numa redução de 11% na perda florestal, contrariando a tendência de anos anteriores. Arief Wijaya, do WRI Indonésia, destacou a importância de colaboração entre governo e comunidades locais para preservar florestas.

O Papel das Comunidades Locais

No Brasil, o programa Prevfogo capacita comunidades para atuar no combate a incêndios florestais. Os povos tradicionais desempenham um papel crucial na proteção de ecossistemas, ressaltando a importância de políticas que reconheçam seus direitos e fortaleçam sua autonomia.

Rod Taylor, do WRI, finaliza que, ao agir rapidamente, governos e comunidades podem conter a degradação das florestas e preservar esses ecossistemas críticos. Ações coordenadas são fundamentais para interromper a destruição contínua e apoiar a luta global contra as mudanças climáticas.

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